Desemprego segue em alta em novembro
Os salários nominais mostraram retração na margem, contribuindo para um aprofundamento da queda na massa salarial real.
Rodrigo Miyamoto
do ITAÚ BBA
Segundo dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), a taxa de desemprego atingiu 7,5% em novembro. Usando nosso ajuste sazonal, a taxa de desemprego aumentou de 7,9% para 8,2%. Esta foi a décima primeira alta consecutiva. Para frente, esperamos que essa tendência altista permaneça.
Os salários nominais mostraram retração na margem, contribuindo para um aprofundamento da queda na massa salarial real. O quadro reforça uma contração no consumo das famílias nos próximos meses.
Nível de emprego segue em queda
A taxa de desemprego atingiu 7,5% em novembro, próximo de nossa projeção (7,6%) e abaixo das expectativas de mercado (8,0%). Quando comparado com novembro de 2014, a taxa aumentou 2,6 p.p. de 4,9% para 7,5%. Usando nosso ajuste sazonal, observamos um aumento da taxa de desemprego de 7,9% em outubro para 8,2% em novembro. Esta foi a décima primeira elevação consecutiva da taxa de desemprego. A população ocupada teve aumento no mês (0,2%), mas segue em tendência de queda devido à contração na atividade econômica.
A taxa de participação (razão entre a PEA e a População em Idade Ativa) teve leve aumento (passou de 55,1% para 55,2%), mas segue em baixo patamar histórico. Esperamos que a contração na renda real impulsione algum aumento da taxa participação nos próximos meses.
Salários nominais contraíram na margem
O salário médio nominal recuou (-1,0% ante outubro, após ajuste sazonal). Na comparação ante o mesmo mês do ano anterior, o crescimento passou de 2,8% para 1,3% e permanece desacelerando. O salário médio real encolheu 1,1% na margem, tendo contraído 8,8% ante o mesmo mês do ano anterior.
A massa salarial real recuou 1,7% em novembro ante outubro (nosso ajuste sazonal). A massa salarial está 12,2% abaixo do nível do mesmo mês de 2014.
Conclusão
A Pesquisa Mensal de Emprego mostrou nova alta da taxa de desemprego em novembro (de 7,9% para 8,2%), a décima primeira consecutiva. A atividade econômica em contração deve seguir reduzindo o nível de emprego nos próximos meses. Ademais, os salários nominais mostraram queda na margem nos últimos meses, aprofundando a contração da massa salarial real. Esse cenário reforça um encolhimento no consumo das famílias à frente.